Soninho
Sempre fui friorenta. Quando era pequenina e as noites eram mais frias calçava as minhas botas de lã cor-de-rosa feitas em croché e cobria as minhas bonecas com colchinhas, paninhos e com aquilo que encontrava à mão e tinha um ar quentinho. Nas noites mesmo frias, chegava a subir ao banco para chegar às últimas prateleiras da secretária do quarto, onde ficavam também algumas bonecas. No meu coração não fazia sentido cobrir umas bonecas e outras não. Afinal por alguma razão todas estavam ao meu cuidado. Pensava nas vacas e nos peixes! Fazia-me confusão que também tivessem frio enquanto a minha cama estava bem quentinha e fofinha. Com os anos compreendi que nem todas as crianças do mundo tinham uma cama assim e fiquei triste. Quando a noite chegava pedia ao mundo e em segredo, 1 minuto para que todas as crianças sentissem o calor que sentia quando me aconchegava nos lençóis. E passei a olhar as estrelas e a pedir sempre a mesma coisa, durante anos. Desse pedido, nasceu uma vontade imensa de fazer alguma coisa. E com o tempo, as estrelas passaram-se a ser só uma, e essa estrela passou a ter um nome. Tinha nascido o Soninho. E o Soninho, foi tomando forma, cores e vida. Uma estrelinha que caíra no Oceano, vinda do espaço, para uma missão muito especial. Já em adulta e por brincadeira no início do mês de Dezembro fiz uma carta ao Pai Natal e pedi-lhe “… traz-me o Soninho”. Poucos dias depois encontrei por acaso numa mesinha um folheto da Ana Correia, pintora. Telefonei-lhe e marcámos um encontro no Oceanoscópio. Gostei logo dela, pelo seu coração, simplicidade e criatividade. Estava decidido. Seria ela, a madrinha do Soninho e dos outros habitantes … No dia 23 de Dezembro, a Ana bateu à minha porta e o Soninho tinha ganho vida, assim como o meu sonho de menina.
Prof. Oscópio
Estava no Oceanoscópio a trabalhar já algumas horas sem parar, quando o meu sobrinho Pedro, na altura com 6 anos, bateu à porta e apareceu com o seu sorriso de sempre – A avó disse-me que a tia estava com o Sr. Oscópio e vim ter com a tia. Olhei para ele e sorri também. O Oceanoscópio, era de facto muito mais que um espaço para mim. E assim o professor sem nome, ficou batizado de Prof. Oscópio.
Alice Saltitona
Durante o meu trabalho, conheço muitos pequenos grandes príncipes e princesas! Um dia conheci uma princesa chamada Alice que fazia piruetas. Com a Alice aprendi e descobri coisas que não sabia que ainda estavam dentro de mim. Redescobri a felicidade de fazer uma pirueta e de dançar. A paz que encontramos dentro de nós quando fechamos os olhos e meditamos. A paz e a compaixão que devemos ter com o outro. As barbatanas da Alice, seriam dançantes… ela teria totós com lacinhos de onde cairiam corações. E seria saltitona, como a minha sobrinha Mariana me chamou um dia – A tia saltitona.
Lucas Coração
Entre os muitos voos que fiz e enquanto olhava do avião o Oceano, compreendi que faltava o Lucas. O nome veio-me instantaneamente, como tudo o resto que faz parte dele. Porque o Lucas Coração é todo coração. A sua rede, foi inspirada nas bolinhas de sabão que sempre fiz nas aulinhas dos salpicos. O seu saquinho, tem muitos momentos doces e de pura alegria.
Planeta Oceans-On®
É o planeta cinzento que foi colorido e que achei aos 11 anos, junto ao mar, na maior rocha que encontrei. Moby, Cory, Lucky e Splash, têm também cada um a sua história. Histórias vindas de muitos instantes passados junto ao Oceano, numa ilha que me viu crescer. O seus nomes, surgem de encontros com a amizade e o amor. Estas histórias ficarão para mais tarde, pois a partir daqui outras histórias virão, mas numa casa nova o Blog Oceans´On®!
Beijinhos e salpicos para crescer, Carla Gomes